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#02 Campanhas Históricas: O Inesperado Título da Dinamarca na Euro 92

Confira como foi a trajetória da Dinamarca na conquista da Eurocopa de 1992 neste artigo da série #Campanhas Históricas!

#02 Campanhas Históricas: O Inesperado Título da Dinamarca na Euro 92

Eurocopa 92: A Conquista Inédita

A Dinamarca conquistou a Europa e surpreendeu o mundo futebolístico durante a disputa da Euro 92. Este é o único título da Copa Europeia dos dinamarqueses, e vale lembrar que a Dinamáquina, como era chamada na época, sequer se classificou para o torneio.

Além da campeã inusitada, esta Eurocopa foi marcada também por outros dois eixos: a “cera” no futebol e a geopolítica europeia.

Você deve estar se perguntando o que o título da Dinamarca tem a ver com questões de geopolítica na Europa durante a década de 90, e mais absurdo ainda, o que a cera tem a ver com a Euro 92 isso. Neste segundo artigo da série #CampanhasHistóricas, nós vamos conhecer mais detalhes do título dinamarquês da Euro 92. Confira:

Eurocopa 92: Como Foi o Torneio

A Eurocopa de 1992 disputada na Suécia foi a última edição do torneio com apenas oito seleções. Até esta edição, as oito seleções participavam de classificatórias para garantir que apenas as melhores seleções iriam participar do torneio. Assim, com as oito delegações classificadas, era feito a divisão em dois grupos com quatro equipes cada.

As duas melhores de cada grupo avançavam para a fase eliminatória que consistia em apenas duas rodadas: semifinal e final. Todos os jogos desta edição foram disputados em partidas únicas, assim como é feito atualmente. Ao todo, cada seleção poderia ter até cinco partidas para disputar.

Nesta edição foram disputadas 15 partidas com 32 gols marcados ao todo. Este torneio teve uma participação atípica do contexto geopolítico Europeu, a começar pela disputada Alemanha unificada pós-queda do muro de Berlim, então campeã do Mundo em 1990.

Além da Alemanha unificada, houve também a inclusão da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), com a dissolução da União Soviética em 1991. O contexto geopolítico da Europa teve sua participação em mais uma ocasião: a participação da Dinamarca.

A Geopolítica na Europa e a Euro 92

Além de todas estas marcas, a Euro 92 foi conquistada por uma seleção “substituta” – a Dinamarca. Isso porque a República Federal da Iugoslávia foi retirada da competição pela UEFA e FIFA após as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em 1991, a Croácia e Eslovênia, repúblicas que compunham a então República Federal da Iugoslávia, declararam independência. Esta movimentação não foi bem recebida, o que resultou na guerra civil que posteriormente retiraria a Iugoslávia da Euro 92 por conta das sanções da ONU.

Assim, a vaga ficou para a Dinamarca e os dinamarqueses tiveram menos de duas semanas para se “preparar” para a competição.

Eurocopa 92: Dinamarca até o Título

Os jogadores dinamarqueses, que à essa altura estavam prontos para tirar férias, foram chamados às pressas após a retirada da Iugoslávia da competição. E isso deve ter sido “bom” para a Seleção dinamarquesa. Afinal, o período de especular como a Dinamarca chegaria para a Euro foi curto.

Isso favoreceu os dinamarqueses, porque, logo após a boa campanha na fase de grupos da Copa do Mundo de 1986 – quando a alcunha Dinamáquina foi cunhada – os dinamarqueses levaram uma taca da Espanha por 5 a 1 e caíram nas oitavas de final. Para piorar, a seleção nem se classificou para a Copa do Mundo de 1990, o que acendia o alerta da crise interna no futebol dinamarquês.

Durante as classificatórias para a Euro 92, apenas o primeiro colocado de cada grupo avançava e a Dinamarca ficou em segundo lugar com 13 pontos, atrás da Iugoslávia que fez 14 pontos, no Grupo 4. Na campanha, a Dinamarca conquistou seis vitórias, um empate e uma derrota – justamente para a Iugoslávia.

Fase de Grupos

Então, com a retirada da Iugoslávia da competição, a “sorte de perdedor” sorriu para a Dinamarca, e acredito que pode se dizer que, pelo menos no início, o sorriso foi de “canto de boca”. Afinal, a Dinamarca entrou no Grupo 1 o grupo da morte com Suécia, Inglaterra e França. Mas, aos poucos a Dinamarca fez este sorriso se abrir mais e mais.

Na primeira rodada, a Dinamarca segurou um empate sem gols contra a Inglaterra, perdeu para a Suécia por 1 a 0 na segunda rodada e na terceira e derradeira rodada, a Dinamarca venceu a França por 2 a 1 com gols de Larsen e Elstrup.

Semifinal

Foi suficiente para somar quatro pontos e se classificar para a semifinal da Euro 92. O sorriso da sorte de perdedor a essa altura já mostrava alguns dentes, mas pensou em se fechar quando a adversária Holanda de Dennis Bergkamp, Marco van Basten e companhia entrou em campo no Estádio Ullevi. Por pouco tempo e no final, pelo menos.

Isso porque a Dinamarca abriu o placar com Larsen, sofreu o empate no gol de Bergkamp mas voltou a frente do placar ainda no primeiro tempo com o segundo de Larsen. Até que entrando nos minutos finais do segundo tempo, Rijkaard empatou novamente a partida.

Depois de uma prorrogação sem gols, a partida foi para a decisão nos pênaltis. Os dinamarqueses converteram suas cinco cobranças, e quando chegou a vez do badalado Marco van Basten cobrar o quinto pênalti dos holandeses, o Pai Schmeichel deve ter contado uma ótima piada para a sorte de perdedor, porque ela sorriu com todos os dentes com a defesa do herói dinamarquês.

Final

A Dinamarca avançou para a final da Euro 92, torneio que eles nem iriam disputar, contra a poderosa Alemanha, então campeã do Mundo. O atacante Brian Laudrup comentou em 2020 em uma entrevista à UEFA que conversou o seguinte com os jogadores: “Se perdermos, e isso é muito provável, vamos poder sair de cabeça erguida e com a sensação de que deixámos o país orgulhoso”.

O atacante sabia que chegar à final da Euro 92 era um feito e tanto e por si só já merecia a sensação de país “orgulhado”. Ele só não sabia que o meia Jensen marcaria o primeiro gol deste jogo, e que Vilfort, reserva durante a competição, fecharia o caixão com o segundo gol.

De volta ao Estádio Ullevi em Gotemburgo no dia 26 de junho de 1992, dessa vez sob o olhar de 37.800 pessoas, a Dinamarca pôde ver o sorriso da sorte de perdedor se transformar em uma feliz gargalhada ao levantar a taça da Euro 92.

Eurocopa 92: O Inesperado Título da Dinamarca
Fonte Yandex

Peter Schmeichel e a Cera Que Mudou o Futebol

Com a jornada da Dinamarca até o título fica faltando apenas um eixo desta histórica disputa de Eurocopa: a cera de Peter Schmeichel. Até 1992, os jogadores podiam recuar a bola para o goleiro com os pés e os guardas-rede podiam pegar com a mão. Na final, esse recurso correspondeu a pelo menos cinco minutos do tempo do jogo com a bola nas mãos de Peter Schmeichel.

Muitas discussões sobre como as partidas ficavam desinteressantes e monótonas já aconteciam nos bastidores do futebol, com algumas solicitações de mudança desta regra. Depois desta atuação malandríssima de Peter Schmeichel não restava dúvidas: era hora de mudar a regra de recuo. E ainda em 1992 o goleiro já não podia mais pegar a bola com as mãos após um recuo com os pés. Mas tudo bem, a Dinamáquina já tinha conquistado a Eurocopa mesmo.

Eurocopa 92: O Inesperado Título da Dinamarca
Fonte Yandex

Eurocopa 92: Dinamarca e o Título em Números

Na competição, a Dinamarca disputou as cinco partidas, somou duas vitórias, dois empates e uma derrota. Nestes cinco jogos, a Dinamarca marcou seis gols (média de 1,2 gols marcados) e sofreu quatro gols (média de 0,8 gols sofridos). O atacante Larsen três gols e dividiu a artilharia do campeonato com Brolin (Suécia), Riedle (Alemanha) e Bergkamp (Holanda).

Conclusão

Chegamos ao fim de mais um artigo Campanhas Históricas e neste artigo apresentamos a trajetória da Dinamarca, o contexto geopolítico e como a cera de Peter Schmeichel mudou o futebol após a Euro 92. Confira mais artigos e os melhores palpites em nosso site.

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Jorghensen Carmo
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