Análise: Por que o Tottenham não evolui?

O Tottenham parece ter estacionado no tempo. Mesmo com investimento alto, estádio moderno e tradição no futebol inglês, o clube não consegue competir de igual para igual com os principais rivais. A temporada 2024/25 escancara essa realidade. Com apenas 10 vitórias em 30 jogos, somando 16 derrotas, o time ocupa a 15ª posição na Premier League. São 55 gols marcados, é verdade, mas com 44 sofridos — mostrando um sistema defensivo frágil e uma equipe que não sustenta intensidade durante os 90 minutos. Mas por que os Spurs não evoluem? Qual o motivo dessa baixa? Vamos analisar!

Tottenham ainda sente a saída de Kane

Desde a saída de Harry Kane, o Tottenham perdeu muito mais que seu artilheiro. Perdeu o grande líder e referência técnica da equipe. Kane era o tipo de jogador que resolvia jogos, organizava ataques e liderava o grupo. Mesmo sem títulos, mantinha o Tottenham competitivo. Após sua transferência, a diretoria não encontrou um substituto à altura. Richarlison e Solanke se esforçam, mas não tem a mesma leitura de jogo, constância ou poder de decisão.

Sendo assim, o time passou a depender demais do coletivo, mas sem o talento individual que fazia a diferença. E isso pesou. Em partidas apertadas, faltam jogadores que “assumam a bronca”. O elenco se mostra apático em muitos momentos, e a falta de personalidade é gritante. É como se os jogadores estivessem sempre à espera de alguém que resolva — e esse alguém não está mais lá. É verdade que Son continua lá, sendo o principal jogador da equipe. No entanto, o sul-coreano também não vive seu melhor momento.

Tottenham tem boas ideias, mas sem jogadores para executá-las

O técnico Ange Postecoglou chegou com uma proposta ousada: futebol ofensivo, muita posse de bola, triangulações e intensidade. No papel, funcionou por um tempo. Na prática, a história é diferente. O elenco atual do Tottenham não tem o perfil ideal para esse estilo de jogo. É um grupo que até tem qualidade técnica, mas carece de força física, intensidade e principalmente mentalidade competitiva.

No entanto, não é justo dizer que o problema está só no treinador. As ideias estão ali, mas os jogadores não encaixaram com o projeto. Em vários jogos, o time domina a bola, mas não sabe o que fazer com ela. Sofre contra times organizados, principalmente os médios e pequenos, que hoje jogam com muito mais aplicação e entrega. Enquanto times como Bournemouth, Brighton e Nottingham Forest dão trabalho aos grandes, o Tottenham parece se arrastar em campo, sem sangue nos olhos ou fome por vitória.

Além disso, os próprios jogadores parecem desconectados emocionalmente. O time não sabe ser “malandro”. Não comete faltas táticas, não fecha espaços, não mata contra-ataques. Falta casca. Falta malícia. E isso, na Premier League atual, faz toda a diferença.

Tottenham ficou pra trás enquanto a Premier League subiu o sarrafo

A Premier League de hoje é uma das mais disputadas de todos os tempos. Clubes como Newcastle, Aston Villa e Brighton evoluíram. Investem bem, têm bons técnicos e elencos mais equilibrados. O Tottenham, por outro lado, ainda vive das memórias da era Pochettino. Entre 2014 e 2019, o time foi vice-campeão da Champions League e jogava em alto nível com uma base sólida. Desde então, tudo desandou.

Passaram Mourinho, Nuno Espírito Santo, Conte e agora Postecoglou. Todos são grandes técnicos e, sendo coincidência ou não, todos estão fazendo excelentes trabalhos em seus clubes atuais. No entanto, nenhum deles conseguiu extrair dos Spurs os resultados esperados. Os erros de planejamento por parte da diretoria se acumulam, as contratações não encaixam, e o clube parece viver no improviso. Por fim, o resultado é um time com estrutura de clube gigante, mas postura de quem aceita ser coadjuvante.

Confira os principais palpites e notícias esportivas em Aposta Real!